31.5.06

A próxima geração


Eu vejo as crianças nos pátios e pelas ruas com os seus brinquedos eletrônicos. Eles estão cada vez mais digitais e com maior número de comandos, o que dá maior controle ao dono. Com a facilidade que essas crianças têm de aprender, logo elas tomam o domínio do brinquedo e depois, o encanto desaparece e a máquina torna-se enfadonha. Se você notar bem, temos em nosso meio meninos e meninas dentro dos 4 a dez anos com habilidades especiais. Elas crescem num ambiente cercado de estímulos dos mais variados e reagem rapidamente a tais promotores. Eu digo promotores, pois em cérebros em ritmo de formação como das crianças, há o efeito de estimular campos no cérebro que normalmente não eram usados pelos baixinhos da época da Xuxa. Bem, e o que o leitor pensa sobre os nossos aparelhinhos que têm também a função de telefone celular? A geração kid hoje anda com estes brinquedos pendurados no pescoço. Qual o controle que elas estão tendo com estas máquinas? Será que os pais hoje têm condição de acompanhar o desenvolvimento da tecnologia e colocar limites ao acesso a ela?

O nó que vem por aí

Desde o ano passado, penso em montar uma equipe para desenhar jogos para computador (games). Isso parece engraçado, uma vez que nunca fui fã de tal entretenimento. Aliás, nunca tive um vídeo game. A minha geração jogava Atari e eu detestava jogos. Poucos tinham condição de comprar um. Pensava que computador era coisa de preguiçoso e que não desenvolvia o intelecto.

Ao observar o comportamento de muitos jovens e adolescentes, reparamos que eles se transformam quando estão em frente a um monitor de computador. O que é tímido, deixa o acanhamento de lado e, com um apelido bem diferente do seu nome real, entra numa sala de bate-papo e escreve à vontade. O mais agitado consegue ficar horas em frente à máquina, jogando sem sair do lugar. São exemplos de como um aparelho eletrônico pode mudar o comportamento de uma pessoa, tanto para bem como para mal.

E as crianças? Para elas existe um mundo de faz-de-conta numa caixinha colorida. Acontece que este mundo está cada vez mais parecido com o real. Com a proliferação de aparelhos móveis, como o telefone celular, o público infantil tem maior acesso ao mundo virtual. Os desenvolvedores de jogos estão aumentando os investimentos na área de jogos para celulares. O investimento é dez vezes menor que o necessário para desenvolver jogos para desktops.

A tecnologia para jogos está cada vez mais rápida em lançar novos modelos de aparelhos e pacotes. Em vários lugares, inclusive no Brasil, há faculdades que formam profissionais para desenvolver entretenimento eletrônico.
Então, ao analisarmos estes fatos, percebemos uma possível revolução na educação e na comunicação daqui em breve. Devemos nos preparar para ensinar e se comunicar mais rápido.

Com as crianças dominando esta forma de comunicação gráfica, elas poderão se desenvolver intelectualmente de uma forma mais dinâmica. Podemos estar testemunhando uma quebra de parâmetros na comunicação, de modo a ficarmos totalmente arcaicos. Esta geração pensará e agirá em ambiente 3D. Já pensou?!

Games chamam a atenção da universidade no Brasil

Com a difusão dos jogos eletrônicos até para os aparelhos de telefone celular, eles tomaram uma importância maior. A cada dia se descobre uma aplicação para eles.
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